As sobretaxas às importações de mais de 180 países, determinadas por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, provocaram quedas nas bolsas de todo o mundo, inclusive as norte-americanas. Para reduzir o grande déficit na balança comercial daquele país, contudo, seria menos belicoso e eficiente, em médio prazo, estimular a população ao consumo consciente. O planeta Terra agradeceria.
Segundo o relatório State of the World, 242,5 milhões de norte-americanos fazem parte da sociedade de consumo (no Brasil, 33% da população). Embora tenha 347 milhões de habitantes, e a China 1,4 bilhão, os Estados Unidos lideram o ranking de consumo mundial em números absolutos.
Praticamente todos os países do mundo foram envolvidos em uma guerra de tarifas comerciais, mas deveriam estar se dedicando a mudar as práticas de consumo para salvar a humanidade de catástrofes de que, até agora, só tivemos amostras.
Tsunamis, terremotos, secas, enchentes e furacões terão, cada vez mais, poder letal bem superior aos dos desvarios imperialistas de Trump. Os governos municipais, estaduais e federais, em todos os países, deveriam estar reunidos para executar medidas como plantio de árvores em grande escala, uso de energias alternativas (limpas), troca do asfalto das ruas e estradas por pavimentação ecológica e uso de telhados brancos ou verdes.
Uma das transformações necessárias, indispensáveis, seria um consumo mais consciente, com adoção gradativa de compartilhamento de bens e serviços, prática conhecida como economia colaborativa.
Pode parecer um sonho de uma noite de verão —ou de outono—, mas é inadiável. O planeta tem nos avisado de que já escorreu quase toda a areia da ampulheta dos eventos climáticos. Como dizia o coelho de “Alice no País das Maravilhas”, “estou atrasado, muito atrasado”.
A sociedade mais consumista do mundo torra bilhões de dólares para manter um estilo de vida que contribui muito para a destruição do único planeta, até agora, em que seres humanos, nós todos, podemos viver.
Ao invés disso, Trump quer banir quase 200 palavras em sites oficiais e textos públicos do governo dos Estados Unidos, entre elas, crise climática, energia limpa e poluição —além das referentes à diversidade, igualdade de gênero e racial, imigração, o que também é assustador e inaceitável—, o que evidencia sua visão antagônica sobre o meio ambiente e as pessoas em uma sociedade mais equilibrada.
Uma grande campanha nacional nos Estados Unidos pelo consumo mais consciente e menos poluente não teria efeitos imediatos, e talvez suas consequência políticas não fossem as ideais para os objetivos políticos do governante, mas seria um grande passo para evitar um mais expressivo aquecimento do planeta. Cortar palavras não soluciona problemas, como os inquisidores descobriram ao longo dos séculos. E fechar as portas aos produtos importados no maior mercado mundial aumenta a inflação e desequilibra a economia global.
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