Para Antonio Carlos Garcia, diretor financeiro da Embraer, o impacto final das tarifas impostas pelo governo de Donald Trump será menos de 10% para a fabricante de aviões brasileira.
“Quando você faz o cálculo, você tem que abater o conteúdo americano, porque fazemos importação temporária, drawback [que impede retributação]. Estamos investigando qual será a alíquota efetiva [para a Embraer]. Não é uma conta simples”, disse o CFO em evento do Bradesco BBI, nesta terça-feira (8).
De acordo com Garcia, 60% das compras da fabricante vêm dos Estados Unidos.
O executivo também disse esperar as negociações entre os governos brasileiro e americano e entre os seus clientes americanos e o governo Trump.
“Por exemplo, a American Airlines, que fez uma baita compra, também sentar na mesa para falar”, afirmou Garcia.
MARFRIG PODE TER IMPACTO POSITIVO
Segundo Marcos Molina, fundador e presidente do conselho do grupo Marfrig, o impacto das tarifas dos EUA para o frigorífico deve ser neutro ou positivo.
“O Brasil praticamente só exporta bovino de antigo para os Estados Unidos, frango e suíno não. Então, o grande parceiro comercial do Brasil é a China, e lá pode abrir mais oportunidade”, disse Molina, no evento do Bradesco BBI.
Porém, segundo o executivo, pode haver pressão no custo produtivo, já que a China tarifou o grão americano, o que pode trazer uma pressão de compra dos grãos da América do Sul, aumentando a demanda pelo grão e, consequentemente, o preço da ração para os animais.
“É cedo para calcular os impactos porque, pode ser que com isso, o produtor americano seja afetado e o governo lhe dê subsídio. Mas, no geral, é de neutro para positivo. Esperava uma tarifa maior”, afirmou o empresário.