A Volvo volta a importar um carro dos EUA para o Brasil em um momento conturbado. O SUV elétrico EX90 estreia no país por R$ 849.950, preço definido em meio às idas e vindas da imposição de tarifas retaliatórias proposta pelo governo Donald Trump.
“Estamos em um momento de análise para entender quando esse movimento vai se estabilizar e de que forma iremos conduzir daqui para frente”, diz Luis Rezende, que comanda a Volvo Car Global Importers e as operações da marca sueca na América Latina, em um total de 58 países. ” Hoje, tudo ainda é muito, muito novo.”
O EX90 é produzido na Carolina do Sul e tem componentes fabricados no México e na China, entre outros países. Esse mapa-múndi pode influenciar na precificação futura, mas o valor anunciado no Brasil deve ser mantido por algum tempo. A conta já considera a próxima mudança local de tributação.
Em julho, o Imposto de Importação para carros 100% elétricos passa de 18% para 25%. Um ano depois, haverá recomposição plena da tarifa, chegando à alíquota de 35%.
“Temos estoque em vários lugares para continuar garantindo preço [em diferentes mercados]. Algumas peças do XC90 vêm, sim, do México e da China, mas é uma operação industrial, e ainda vai ser discutido o que paga de imposto e o que não paga”, explica Rezende.
O executivo prevê que 350 unidades do EX90 serão vendidas até o fim de 2025, número relevante para um carro de sua faixa de preço. A marca sueca, que desde 2010 faz parte do grupo chinês Geely, tem obtido bons resultados no Brasil.
A Volvo terminou o primeiro trimestre com 2.097 unidades emplacadas, um crescimento de 30,6% na comparação com o mesmo período de 2024, segundo dados da Fenabrave (associação dos distribuidores de veículos).
O resultado se deve principalmente ao crescimento das vendas do EX30, modelo elétrico que mistura características de um SUV compacto com o porte de um hatch médio.
“Tenho muito orgulho em dizer que somos vice-líderes em vendas totais no segmento premium no Brasil, e estamos em terceiro lugar no México”, afirma Rezende. A líder de mercado no país é a BMW, que produz carros em Araquari (SC).
Os resultados da Volvo são relevantes pelo fato de a marca não fabricar automóveis no Brasil. A empresa optou por não investir na montagem local, ficando sujeita a oscilações de tarifas e barreiras aos carros vindos de fora.
A empresa segue acreditando na eletrificação plena como alternativa para o futuro, mas não deixa os híbridos de lado. A chegada do EX90 é acompanhada pelo novo XC90 (a partir de R$ 639.950). Ambos têm sete lugares.
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