A safra brasileira de grãos será maior do que a prevista no mês passado, conforme novos dados divulgados nesta quinta-feira (10) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com isso, os estoques finais de produtos básicos melhoram em relação às previsões anteriores. Nos cálculos da Conab, a safra total de grãos do Brasil será de 330 milhões de toneladas, 11% a mais do que a do ano passado. Já o IBGE estima produção de 328 milhões, 12% a mais.
Os números referentes a março indicam aumento de produção de arroz, trigo e milho, mas estabilidade na soja, quando comparados os dados desta divulgação com os da do mês anterior. A soja mostra produtividade melhor, com aumento em Mato Grosso e em Goiás, mas teve forte queda no Rio Grande do Sul. O IBGE reduziu as expectativas de produção do estado para 15 milhões de toneladas, 21% a menos do que previa no mês passado.
Nos cálculos da Conab, no final da safra 2024/25, o estoque de arroz é de 1,6 milhão de toneladas; o de milho, 7,4 milhões, e o de feijão, 341 mil. Esses estoques são sobras de uma safra para outra e somam todo o produto nos armazéns privados e públicos.
A má notícia para o consumidor é que o estoque de trigo recua para 1,12 milhão. O alívio não virá também nos preços do café, já que a produção brasileira do tipo arábica cai 11%, para 35,8 milhões de sacas.
O Brasil é o maior fornecedor mundial da bebida, e uma oferta menor vai manter os preços do mercado externo e interno pressionados. A produção de laranja, após queda na safra anterior, o que elevou os preços a patamares recordes, cresce 4,5%, atingindo 12,8 milhões de toneladas. Para o IBGE, a safra de milho sobe para 127,3 milhões, com alta de 11%, e a de soja vai a 164,3 milhões, com aumento de 13,3%, em relação à de 2023/24. A Conab estima a safra da oleaginosa em 167,9 milhões.
O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também divulgou os dados de oferta e demanda de soja e de milho nesta quinta-feira. Os números não tiveram grandes mudanças em relação aos de março, o que deve ocorrer em maio, segundo a AgRural.
Os Estados Unidos vão exportar 49,7 milhões de toneladas de soja na safra 2024/25, que vai até 31 de agosto. Com isso, a guerra comercial entre China e Estados Unidos não deve interferir muito nesta safra, mas na de 2025/26, se as taxas anunciadas entre os dois países persistirem.
A safra brasileira de soja, na avaliação do Usda, atinge 169 milhões de toneladas, e as exportações, considerando o período de outubro de 2024 a setembro de 2025, ficam em 105,5 milhões. A produção mundial será de 421 milhões de toneladas, acima dos 411 milhões de consumo.
As exportações de milho dos Estados Unidos estão estimadas em 64,8 milhões de toneladas. Para o Brasil, o órgão americano prevê 44 milhões.
Pacote nos EUA
Já prevendo perdas para os produtores de soja, o governo dos Estados Unidos prepara um pacote de auxílio aos agricultores, devido à guerra comercial com a China.
Pacote nos EUA 2
Na primeira guerra comercial, ocorrida durante o primeiro mandato de Donald Trump, os prejuízos dos produtores de soja beiraram os US$ 20 bilhões.
Pacote nos EUA 3
Além das perdas econômicas naquele período, os produtores de soja viram o Brasil avançar no mercado da China e ganhar espaço nas exportações. Os americanos não recuperaram mais a fatia de mercado que tinham.
Vinhaça
Pesquisadores da UFSCar, com apoio da Fapesp, buscam meios de reutilizar os nutrientes da vinhaça, um resíduo gerado em enorme quantidade durante a produção de etanol e, muitas vezes, descartado no meio ambiente.
Vinhaça 2
O grupo usou as cinzas da queima do bagaço da cana para retirar da vinhaça nutrientes que podem ser usados como fertilizantes agrícolas, como potássio e nitrogênio. O processo reduz a acidez da vinhaça, minimizando o impacto negativo no solo, segundo os pesquisadores.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.