O Congresso Nacional não voltou ainda das férias de fim de ano. Não é que faltam parlamentares nos corredores do Senado e da Câmara. Alguns deles ainda andam por lá e nos inúmeros convescotes que se espalham em mansões e hotéis cinco estrelas de Brasília.
Fora o Orçamento de 2025, não votaram nada relevante para o país desde o início dos trabalhos legislativos em fevereiro, quando foram eleitos os presidentes Davi Alcolumbre (Senado) e Hugo Motta (Câmara).
O primeiro projeto que Alcolumbre colocou em votação foi para liberar dinheiro de emendas. A oposição só fala em anistia aos responsáveis pelos ataques golpistas do 8 de janeiro. Só pensam nisso e estão obstruindo as votações numa tentativa de emparedamento de Motta.
Enquanto os Estados Unidos deflagraram uma guerra comercial com consequências globais incalculáveis, a Comissão de Segurança Pública da Câmara aprovou projeto que proíbe o uso de armas de fogo pelos agentes de segurança pessoal de Lula.
No Senado, aprovaram projeto do senador Flávio Bolsonaro que autoriza porte de arma de fogo aos advogados. Aprovam espuma.
Exceto uma ou outra manifestação individual de algum parlamentar, não se vê uma força-tarefa para aprovar projetos que fortaleçam a economia brasileira a fim de enfrentar o conflito internacional e fortalecer as exportações para os países que foram prejudicados pelo tarifaço. O Brasil tem gargalos e são muitos.
O máximo que fizeram até agora foi votar um projeto que autoriza o governo brasileiro a retaliar tarifaços como os de Donald Trump. É água.
As principais forças políticas hoje no Brasil anteciparam as eleições de 2026 e os parlamentares parecem nem se importar mais em não ter uma pauta robusta. Só olham para o próprio umbigo.
Vão passar o ano todo discutindo o projeto do Imposto de Renda e a PEC da Segurança, e a oposição retaliando. E só. Se o setor produtivo não se organizar e cobrar, ninguém vai se movimentar. É um vazio institucionalizado.
Com os próximos feriados, só resta torcer para voltarem das férias em maio após o Dia do Trabalhador.
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