O primeiro contato com o novo Kia K4 foi aleatório. Era o carro de aplicativo que estava mais próximo do local da chamada na cidade texana de Austin. Foi também o único sedã entre tantos outros SUVs grandes que apareceram nas demais corridas solicitadas.
Ao embarcar, o espaço no banco traseiro se destacou, com ótimo vão livre para as pernas. A versão era a mais simples, com forração de tecido cinza nos bancos e plásticos nas portas.
A parte traseira dos encostos dianteiras é rígida, assim como a dos demais modelos atuais de portes médio e grande da Kia. Faz parte do conceito “Opostos Unidos”, proposta de design desenvolvida pela marca sul-coreana a partir de 2021.
O quadro de instrumentos e a central multimídia estão agrupadas em uma única tela, solução semelhante à adotada no Hyundai Creta produzido e vendido atualmente no Brasil. As marcas compõem um único grupo industrial global.
Por fora, a combinação dos faróis e lanternas com LEDs resulta em um formato triangular, bastante chamativo. Atrás, cada um dos conjuntos de luzes forma um “L” deitado.
Visto de lado, o carro tem ares de cupê. É bem mais ousado que os sedãs médios concorrentes Toyota Corolla, Honda Civic, Nissan Sentra, BYD King e Volkswagen Jetta.
Os olhares, os toques na forração das portas e as perguntas faziam o motorista olhar desconfiado pelo retrovisor. Ele respondia aos questionamentos de forma monossilábica.
A interação melhorou após a justificativa para tanto interesse: o carro está previsto para chegar ao mercado brasileiro.
O grupo importador da marca sul-coreana planeja trazer o Kia K4 do México ainda em 2025, mas com possibilidade de a estreia só ocorrer no ano que vem. O sedã passa por um bom momento de vendas nos diferentes mercados da América do Norte.
Em janeiro, foram 11,6 mil emplacamentos somente nos EUA, onde os preços começam em US$ 22 mil (R$ 126,5 mil) na versão com motor 2.0 aspirado. A opção GT custa US$ 28,1 mil (R$ 161,6 mil) e traz motor 1.6 turbo com câmbio automático de oito marchas.
Entretanto, essas configurações podem ser diferentes no Brasil, que já teve modelos da Kia com opção flex, como em gerações anteriores do K4. Esses sedãs médios foram vendidos no país com o nome Cerato. Há ainda a possibilidade de um sistema híbrido ser adotado.
Para comparar os valores, o Toyota Corolla custa o equivalente a R$ 128,4 mil em sua versão mais simples disponível nos Estados Unidos. No Brasil, os preços partem de R$ 158.490.
Por ser produzido no México e beneficiado pelo acordo comercial vigente, o Kia K4 poderia chegar ao país nessa mesma faixa de preço, a depender da estratégia adotada pela montadora.
O número de concessionários está sendo ampliado no mercado nacional, o que torna necessária a chegada de novos modelos. A marca espera reviver os bons momentos registrados no início da década passada.