A Justiça do Trabalho de Angra dos Reis (RJ) determinou que os funcionários filiados ao Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Energia Nuclear deixem de bloquear os acessos à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), onde ficam Angra 1 e 2.
Os trabalhadores estão em greve por reajuste maior de salário e poder de voto em decisões estratégicas da companhia. Também querem que o sindicato decida quem fará hora extra em reforma de Angra 1.
A juíza Simone Benfica Borges julgou que a greve não pode restringir o direito de posse do empregador, nem comprometer o direito de locomoção dos empregados que não aderiram ao movimento de paralisação.
A Eletronuclear, responsável pela operação das usinas, foi à Justiça para garantir que Angra 2 continuará gerando energia mesmo com a greve.
Como noticiou o Painel S.A., os trabalhadores se insurgem contra o plano da atual gestão de cortar despesas com pessoal consideradas luxos inaceitáveis.
Cerca de 400 servidores foram contratados no concurso no governo Jair Bolsonaro para trabalharem em Angra 3.
O governo Lula ainda não decidiu pela retomada da usina, paralisada após ter sido alvo da Lava Jato por esquemas de corrupção. Esse grupo custa R$ 200 milhões por ano em salários.
As despesas totais com pessoal giram em torno de R$ 1,1 bilhão e a Aneel só autorizou que R$ 680 milhões fossem rateados na tarifa de energia.
A atual diretoria da Eletronuclear busca ainda cobrar uma taxa de uso pela vila, onde vivem as famílias dos funcionários sem qualquer pagamento pela moradia, escola, tratamento médico ou segurança privada.
Essa situação também foi discutida na Justiça, que, em caráter provisório, determinou a cobrança da taxa de manutenção —similar àquela cobrada de congressistas pelo uso de apartamentos funcionais— somente aos novos funcionários.
A coluna tentou contato com o sindicato, mas ainda não obteve resposta.
Com Stéfanie Rigamonti
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