A Tesla está fazendo um recall de mais de 46 mil Cybertrucks nos Estados Unidos para substituir um painel externo que pode se soltar enquanto o veículo está em movimento, marcando o mais recente revés de segurança para um produto que Elon Musk descreveu como a picape mais “resistente” do mercado.
O recall abrangerá todos os veículos fabricados desde seu lançamento em novembro de 2023 até fevereiro de 2025, de acordo com um documento apresentado à Administração Nacional de Segurança no Trânsito Rodoviário (NHTSA, na sigla em inglês).
“Se o painel central se separar do veículo enquanto estiver em movimento, pode criar um perigo na estrada para os motoristas que estão atrás [do Cybertruck] e aumentar o risco de ferimentos ou colisões”, disse a Tesla. O problema é causado por um adesivo defeituoso que é “suscetível ao enfraquecimento ambiental”, acrescentou.
A empresa disse nesta quinta-feira (20) que substituirá o componente por um “que atenda aos requisitos de testes de durabilidade”, reforçado com uma malha soldada na parte interna dos painéis de aço e rebitado à estrutura do veícul.
Até 14 de março, a Tesla havia recebido 151 solicitações de cobertura de garantia relacionadas a este problema, mas não tinha conhecimento de nenhum acidente, morte ou lesão causada por desprendimentos.
O recall generalizado é o mais recente golpe para o fabricante de veículos elétricos com sede em Austin, Texas, que viu suas ações despencarem 51% desde meados de dezembro. As ações caíram 1% após o anúncio.
Os investidores estão preocupados com a queda nas vendas na Europa, China e estados centrais dos EUA, incluindo a Califórnia, que foram vinculadas a uma reação dos consumidores contra o ativismo político de Musk em casa e no exterior.
A Tesla já emitiu múltiplos recalls para o Cybertruck desde seu lançamento, incluindo um no ano passado que alertou sobre pedais do acelerador defeituosos que poderiam ficar presos e aumentar o risco de colisão.
A empresa também enfrenta múltiplas investigações da NHTSA sobre as falas de Musk a respeito das capacidades de seus sistemas de assistência ao motorista, que são alvo de milhares de reclamações de clientes sobre frenagens e acelerações inesperadas.
O regulador também está investigando acidentes fatais em rodovias enquanto o software de “condução totalmente autônoma” da Tesla estava ativado.
Com informações AFP