O diretor executivo da Weg chamou as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de “erro fundamental”, enquanto argumentava que o produtor de motores elétricos está preparado para lidar com uma guerra comercial.
A Weg, que tem o terceiro maior valor de mercado na bolsa de valores brasileira, planeja usar suas mais de 60 fábricas em 17 países, incluindo o México, para ajustar a produção e evitar as tarifas, disse o CEO Alberto Kuba em uma entrevista.
“Não precisamos usar o México apenas para exportar para os EUA”, afirmou Kuba. A empresa “pode usar o México como um centro para exportar para qualquer outro país.”
A Weg, que fornece motores para os setores de transmissão de energia e energia renovável ao redor do mundo, usou uma estratégia semelhante durante a pandemia para transferir a produção para países que reabriram mais rapidamente. Essa vantagem ajudou a empresa a ganhar participação de mercado.
A cadeia de suprimentos ágil da empresa pode garantir uma vantagem sobre os concorrentes que não conseguem mudar a produção tão facilmente. Isso, e a necessidade dos EUA de modernizar e expandir sua rede elétrica, deixam Kuba otimista em relação ao mercado americano.
“Estamos bem posicionados para todos os cenários. Se Trump fizer a economia dos EUA crescer, está tudo bem.”
Ainda assim, Kuba questiona a estratégia de Trump porque os EUA não têm a capacidade de aumentar rapidamente a produção manufatureira se as empresas quiserem se realocar. Ele acrescentou que a falta de trabalhadores qualificados nas fábricas dos EUA pode dificultar a expansão.
Se as tarifas atingirem algum dos produtos da Weg, a empresa não hesitará em repassar os preços aos clientes, disse Kuba.
As ações da Weg caíram cerca de 11% este ano até quinta-feira (13) na bolsa de valores do Brasil, após terem subido mais de 40% em 2024.