Quem já esteve em Paraty deve ter se encantado ao visitar o centro histórico da cidade, com seus bares, restaurantes e casas de estilo colonial com portas coloridas. O arrebatamento, no entanto, vem do mar: a costa verde justifica seu nome pela abundância da mata atlântica e também pelo tom das águas. Por isso, aproveita mais a região quem opta por passeios marítimos.
É possível curtir Paraty por ao menos dois dias sem sair do mar. O Hostel da Vila (eleito o melhor do mundo em 2023 pelo site Hostelworld), de Ilhabela, estendeu suas atividades para o litoral fluminense abrigando viajantes em um barco-hostel. O Albatroz, como é chamada a embarcação, iniciou suas atividades em março deste ano.
O barco tem capacidade para receber até 28 pessoas, sendo 24 hóspedes e quatro tripulantes. É possível fazer o roteiro dormindo em cama ou em rede. Em seu andar inferior, a escuna tem dez beliches de casal (a partir de R$ 2.490 por casal)—viajantes solitários podem reservar uma cama inteira para si com um desconto (a partir de R$ 1.990 no total).
Mais em conta (a partir de R$ 1.200), as redes ficam no andar térreo, que comporta o acesso aos dois banheiros e duas áreas de convivência: um amplo futon e a área central do barco, com cozinha (acessível apenas à tripulação) e as mesas onde são servidas as refeições (inclusas, sendo as bebidas pagas à parte). Um andar superior ainda abriga a cabine do comandante, um ofurô, outro futon e espaço para cadeiras de praia.
A área das camas conta com ar condicionado e armários chaveados que comportam uma bagagem grande. Os banheiros são simples: o banho é de chuveirinho. A privada é parecida com as de avião, sem descarga de água.
Ainda sem periodicidade fixa, a expedição começa às 18h da sexta-feira, quando os hóspedes podem entrar no barco, organizar os pertences e aproveitar os vestiários da marina. Na primeira noite, recomenda-se pegar um carro de aplicativo até o centro histórico de Paraty (cerca de 5 km) para jantar na cidade, voltando ao barco às 22h para receber orientações e um drinque de boas-vindas. O sono no barco é tranquilo até as 5h, quando começa o deslocamento de mais ou menos uma hora até a ilha dos Meros: é uma boa oportunidade para dormir no balanço do mar ou levantar e ver o nascer do Sol.
A manhã de sábado é o momento de fazer o mergulho guiado (R$ 350) pela ilha ou outras atividades como snorkel, stand-up paddle (inclusas no pacote) ou curtir o mar livremente. O café da manhã fica disponível ao longo do período. Quem opta pelo mergulho consegue ver uma pequena aeronave naufragada, uma curiosa estátua, além da vida marinha local. Pela boa visibilidade sob a água, o snorkel também vale a pena.
Após a manhã na ilha, o barco-hostel se desloca até a praia Grande da Cajaíba, de onde é possível fazer uma trilha simples, de cerca de duas horas, passando por sete faixas de areia da região, tendo como destino final a praia do Pouso da Cajaíba. Pode-se, no entanto, parar em qualquer uma delas: combinando um horário, um tripulante busca os trilheiros de bote, levando-os até o barco. À noite, a equipe monta um luau na praia deserta, com luzes, fogueira e o jantar.
O barco se movimenta novamente no domingo, por volta das 5h até o Saco do Mamanguá, uma reentrância de 8 km na região de Paraty-Mirim. Por lá, os mais aventureiros podem fazer a trilha (com supervisão de um tripulante) ao pico do Pão de Açúcar, ganhando vista panorâmica da região. A trilha é de dificuldade média, constantemente íngreme. Na volta, os trilheiros são recebidos com um almoço, e podem aproveitar a tarde descansando e curtindo as águas e o visual do Mamanguá.
No feriado de 1º de maio, o Hostel da Vila prepara a primeira saída de seu segundo roteiro, pelas praias de Ilha Grande. Com um roteiro maior, de quatro dias, a expedição tem o mesmo formato: parte de Paraty, oferece atividades náuticas e paradas nas praias do Dentista, Abraão, do Pouso, Lopes Mendes e Lagoa Azul.
O jornalista viajou a convite do Hostel da Vila