No sábado (12) de manhã, no Parque São Jorge, as Palestrinas ganharam das Brabas, de virada, no último minuto, por 2 a 1, em Dérbi tenso, truncado e de boa qualidade quando a bola rolava, com muito trabalho para as goleiras.
À noite, em Barueri, o Palmeiras ameaçou massacrar o Corinthians e se limitou a passear na vitória por 2 a 0 sem correr o menor risco, além de mandar bola na trave e ter gol anulado por impedimento.
Surpresa mesmo não houve, embora as Brabas fossem favoritas por jogar em casa, apesar de já há um bom tempo a hegemonia alvinegra no futebol de mulheres ter ido para o espaço.
Coincidência ou não, a queda das Brabas começou na atual gestão, se é que se possa chamar de gestão o que faz Augusto Melo —mais para congestão e boletim de ocorrência.
Lembremos que nas semifinais do Campeonato Paulista de 2023 as Brabas golearam as Palestrinas por 8 a 0.
Verdade que de lá para cá a diretora Cris Gambaré e o técnico Arthur Elias trocaram a nebulosa farra corintiana pela farra nebulosa cebefiana, além de os demais clubes terem andado para a frente enquanto o Corinthians dava marcha à ré.
No futebol dos homens, será injusto dizer que o alvinegro andou para trás.
Porque o atual desgovernante pegou o clube em situação tão miserável que seria impossível recuar ainda mais, só ir para a frente, mesmo se em direção do abismo.
“Ah, mas ganhou o Paulistinha”, diz a torcida desnorteada Nanofiel, do corintiano que pensa pequeno, contenta-se com pouco, adere ao me engana que eu gosto e sorri feito hiena.
Enquanto o rival do outro Parque, o Antarctica, renova-se, assimila uma derrota chata no campeonato estadual e nada além disso, porque pensa grande, na Libertadores, no Mundial que ainda lhe falta, o Corinthians padece com sucessivas gestões desastrosas e permanece convivendo com aqueles que o apunhalaram pelas costas, em benefício dos próprios bolsos, ao construir dívida assombrosa.
Augusto Melo está intimado a ir depor nesta quarta-feira (16), como investigado, no inquérito policial da famigerada Vai de Bet e suas ramificações com o PCC.
Também serão interrogados os ex-diretores administrativo e de marketing, Marcelo Mariano e Sérgio Moura, respectivamente —este último é aquele que prometeu processar meio mundo e não processou ninguém.
As reações ao resultado, de resto normal, do Dérbi masculino dizem muito sobre o que foi o jogo e sobre em que universo vivem hoje palmeirenses e corintianos.
Os realistas alviverdes felizes com a vitória, mas capazes de reclamar que foi de pouco, desperdiçada a chance de golear o maior rival.
Os iludidos alvinegros tristes com a derrota, mas aliviados ao reconhecer que poderia ter sido de muito, tal a ameaça de derrota humilhante.
Porque nesta terceira década do século 21 o Palmeiras só tem crescido, e o Corinthians, apequenado-se, dirigido por homúnculos na diretoria e nos conselhos repletos de medíocres —com as exceções de praxe, cada vez mais excepcionais, contraditoriamente em menor número.
O problema, fique claro, não está em perder dois Dérbis no mesmo dia; o problema está em ter perdido o rumo, a vergonha na cara e a coragem de botar para fora todos os responsáveis pela miséria instalada.
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