A União Europeia aprovou a adoção de tarifas sobre produtos importados dos EUA como retaliação às taxas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A cobrança será na sua maioria de 25% e entrará em vigor na próxima semana.
A primeira medida de resposta do bloco foi aprovada pelos países-membros nesta quarta-feira (9), horas após a China também anunciar que irá aumentar a taxa dos produtos dos EUA para 84%, um aumento de 50 pontos percentuais, a mesma proporção que os norte-americanos adotaram sobre os produtos chineses a partir desta quarta. A medida chinesa entra em vigor na quinta-feira (10).
“A UE considera as tarifas americanas injustificadas e prejudiciais, e causam danos econômicos a ambas as partes, assim como à economia global”, disse a Comissão Europeia, braço executivo da UE, em seu comunicado.
O bloco europeu enfrenta tarifas de 25% sobre aço, alumínio e automóveis, bem como novas taxas recíprocas de 20% para quase todos os outros produtos, de acordo com o anúncio de Trump na semana passada, que atinge países que, segundo ele, impõem altas barreiras aos produtos dos EUA.
A UE aplicará tarifas, em sua maioria de 25%, sobre uma série de importações dos EUA a partir da próxima terça-feira, em resposta especificamente às tarifas de metais dos EUA. O bloco ainda está avaliando como responderá às taxas sobre automóveis e às tarifas recíprocas.
As importações vindas dos EUA incluem milho, trigo, cevada, arroz, motocicletas, aves, frutas, madeira, roupas e fio dental, de acordo com um documento visto pela Reuters.
Elas totalizaram cerca de 21 bilhões de euros (R$ 140,17 bilhões) no ano passado, o que significa que a retaliação da UE será contra produtos de valor inferior aos 26 bilhões de euros de exportações de metais da UE atingidos pelas tarifas dos EUA.
As medidas entrarão em vigor em etapas: em 15 de abril, 16 de maio e 1º de dezembro.
“Essas contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com um resultado negociado justo e equilibrado”, afirmou a Comissão Europeia em um comunicado.
Um comitê de especialistas em comércio dos 27 países da UE votou nesta quarta-feira na proposta da comissão. Diplomatas da UE disseram que 26 membros votaram a favor, sendo que apenas a Hungria foi contra.
O resultado da votação era amplamente esperado, uma vez que a comissão já havia consultado os membros da UE e refinado uma lista inicial em meados de março, removendo laticínios e bebidas alcoólicas dos EUA.
Os principais exportadores de vinho do continente, França e Itália, expressaram preocupação depois que Trump ameaçou atingir o vinho e as bebidas alcoólicas da UE com uma tarifa de 200% se a UE prosseguisse com sua tarifa planejada de 50% sobre o bourbon.
Trump já respondeu às retaliações de Pequim anunciadas na semana passada, quase dobrando as tarifas sobre as importações chinesas. Em resposta a isso, a China disse que imporá tarifas de 84% sobre os produtos dos EUA a partir de quinta-feira.
Com informações da AFP e Reuters